sexta-feira, 22 de junho de 2012

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Em nossa casa, essa imensa casa de subúrbio, uma caserna de aluguel rodeada por ruínas medievais indestrutíveis, foi hoje proclamado, nessa manhã fria e nebulosa de inverno, o seguinte manifesto:
A todos os meus co-locatários,
Eu possuo cinco espingardas de brinquedo. Elas estão penduradas na minha caixa, uma em cada gancho. A primeira me pertence. Quem quiser pode se candidatar às outras. Caso se apresentem mais do que quatro, os restantes devem trazer as suas próprias espingardas, e depositá-las na minha caixa. Pois deve haver unidade, sem unidade não iremos para frente. Aliás, possuo apenas espingardas que são inúteis para qualquer outra utilização: o mecanismo está arruinado, a rolha estragada, somente os gatilhos ainda funcionam. Portanto não será difícil conseguir outras espingardas neste estado. Na verdade, por agora ficarei contente também com pessoas sem espingardas. Nós, que temos espingardas, colocaremos no momento oportuno os sem espingardas no meio do combate. É uma tática que teve êxito nas primeiras lutas dos fazendeiros norte-americanos contra os índios. Por que não deve funcionar também aqui, já que as condições são semelhantes? A longo prazo, portanto, podemos prescindir de espingardas, e mesmo estas cinco não são absolutamente imprescindíveis. Mas já que elas estão disponíveis, também devem ser utilizadas. Se não quiserem utilizar as quatro restantes, podem deixá-las lá. Neste caso, somente eu, como líder, levarei uma espingarda. Mas como não deveríamos ter um líder, também vou quebrar minha espingarda ou deixá-la de lado.
Este foi o primeiro chamado. Na nossa casa ninguém tem tempo nem vontade de ler manifestos ou de refletir sobre eles. Os pequenos papéis logo nadavam na água do esgoto que se inicia no sótão, é alimentada por todos os corredores, desce pelas escadas e luta com a contracorrente de água que jorra do andar de baixo. Mas depois de uma semana chegou um segundo chamado:
Inquilinos,
Até agora ninguém se apresentou. Estive sempre em casa, a não ser no tempo em que tinha que cuidar do meu sustento, e mesmo durante a minha ausência a porta do meu quarto ficou sempre aberta, com uma folha em cima de minha mesa, na qual quem quisesse poderia se inscrever. Ninguém o fez.

Franz Kafka. Manuscrito sem título, de 1917; faz parte das narrativas do espólio (Nachlaß). Citado por Adorno em “Anotações sobre Kafka”.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eles não sabem o que fazem



Livro (em português) de Slavoj Žižek - Eles não sabem o que fazem: O sublime objeto da ideologia [pdf]. (Faltam as páginas 34-35.)

O mais sublime dos histéricos

Livro (em português) de Slavoj Žižek - O Mais Sublime dos Histéricos: Hegel com Lacan [pdf].

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Coriolano

Artigo de Slavoj Žižek sobre a versão cinematográfica de Coriolano, dirigida por Ralph Fiennes, e que deve estrear em janeiro. A versão original, em inglês, encontra-se aqui.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Loïc Wacquant


Site de Loïc Wacquant, com inúmeros artigos (em inglês e em francês).
Wacquant é autor de, entre outros, Prisões da Miséria (orig. 1999, trad. 2001), Punir os Pobres (2004), As Duas Faces do Gueto (orig. 2006, trad. 2008).

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vida Precária

Artigo de Judith Butler - O limbo de Guantánamo (Novos Estudos Cebrap, n. 77, março 2007). Também em pdf.
Dois livros (em inglês) de Judith Butler:
- Precarious Life: The powers of Mourning and Violence (2004)
- The Psychic Life of Power: Theories in Subjection (1997)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Auerbach - Mimesis

Livro clássico (em inglês) de Erich Auerbach - Mimesis: the representation of reality in Western Literature (2003). Links alternativos: aqui e aqui.
Edição comemorativa dos cinquenta anos da tradução inglesa, de 1953 (o livro foi originalmente publicado em alemão em 1947). Esta edição traz introdução de Edward W. Said e inclui, como apêndice, o texto "Epilegomena to Mimesis" (1953), em que Auerbach reflete sobre o livro a partir de duas resenhas.

domingo, 27 de novembro de 2011

Adorno e a literatura

Livro (em inglês) sobre Adorno, organizado por David Cunningham e Nigel Mapp - Adorno and Literature.

sábado, 26 de novembro de 2011

A alma e as formas

Livro (em inglês) do jovem György Lukács - Soul and Form (1910/1911).

Artigos de Arlenice Almeida da Silva:
- O lirismo em Gyorgy Lukács (Kriterion, 2009), também em pdf.
- O símbolo esvaziado: a teoria do romance do jovem György Lukács (Trans/form/ação, 2006), também em pdf.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Como mudar o mundo


Entrevista (em inglês) de Eric J. Hobsbawm (The Observer).

Resenha (em inglês) de Terry Eagleton sobre o novo livro de Eric J. Hobsbawm, How to Change the World: Marx and Marxism.

domingo, 20 de novembro de 2011